Meus moinhos de vento não irão mudar o mundo.
Talvez o mundo não precise mais de sonhadores.
Ou meus sonhos foram incendiados pela ira dos olhos raivosos
e vorazes.
Talvez não existam mais ventos.
Então, qual a serventia dos moinhos?
O vento sopra, movem pás, giram a moenda, movem o mundo,
sopram a carne.
Assoviando um canto de murmúrio: assim fazem meus lábios.
Meus sonhos de vento não irão mudar o mundo.
Talvez o mundo não precise mais de moinhos.
Então, qual a serventia dos sonhos?
Talvez não haja mais
moinhos.
O vento abandonou o moinho aos sonhos de girar, moer,
soprar.
Moinhos de vento são gigantes caídos.
Assoviando um canto de desgraça: assim fazem teus ventos.
O vento cessa, param as pás, enferrujam a moenda, Morre o
mundo.
Morder e regurgitar a tua carne: assim falou o gigante caído
com o sopro.