Timbres não esperam
por ninguém.
Toou como as
ondas rebentam o cais.
Não
serei joguete desse mundo mal.
Não mais, não por
hoje, não por tão pouco.
Meus tons se
misturam com luzes, sinestesia.
Meus batuques
celestes caíram como uma pequena gota serena.
E afogarei o
mundo com o veneno dos meus timbres surdos.
Rangendo os dantes
como uma bomba dormente.
Queimarei tua
carne, silenciosamente.
Só pra ver tua dor:
de gozo, de gemido, do sentido que for.
Pois o som do
trovão castiga, ensurdece, açoita.
Sei que meus
timbres farão falta.
Mas agregarei
meus sons, tonalidades e pinturas,
A outros timbres,
outra vozes, outras cores.
e no fim, cantarei
minha doce sinfonia da destruição.
Gargalhando meu riso
mudo e seco por cima da tua ossatura.