Os pássaros de Hitchcock querem devorar meus olhos.
Sinto-os cobiçando o que eu vejo:
A tempestade da cor dos teus olhos, iluminados olhos.
Corvos que arrancam meus pensamentos, devorando-os feitos vermes.
Talvez seja o olhar do demoníaco em branco e preto de Bela Lugosi.
Sinto chupar meu sangue quente, gota a gota. Só para fortalecer sua
juventude.
Malditas são as vozes que atormentam meus ouvidos.
Plantando tormentas em meu cérebro.
Sim, eu sei que você quer saber o que se passa em minha mente.
Eu só desejo um amor e uma magno 45.
Mancharia toda essa parede com meus pensamentos.
E os nacos encefálicos ornamentariam esse celeste infinito, perene e
azul.
Gritos de tormentas são o que trago na mente, meu amor.
Levem tudo, pássaros malditos. Beba o sangue nosferatu.
Quero ser um zumbi cego, quer viver sem teu amor.
Sim, eu sei que você quer saber o que trago em minha mente.
Meu sangue é amargo. Meu suor é frio, mas o disparo da 45 sai quente.
Apague as luzes, ou melhor: feche os olhos.
Quero que unte meus lábios com teu batom cor de pecado.
Teu cheiro forte e quente. Tua boca a morder meu pescoço.
Apenas os corvos sabem os delírios minha mente.
O olhar vampiresco de penitencia segue a mirar meu crânio vazio de tanto
pensar em ti.
Mantenha os olhos fechados, Kubrick
e o seu perfeccionismo imploram, com canções minimalistas a cantar teus encantos.
Nesse momento menor,
só quero a esmola de um carinho.
Mas só vejo dentes
brancos a arranharem minha alma tarantinisca.
E meu instinto de cão
de aluguel a uivar para tua lua.