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sexta-feira, 28 de março de 2014

Sonhos de vento

Meus moinhos de vento não irão mudar o mundo.
Talvez o mundo não precise mais de sonhadores.
Ou meus sonhos foram incendiados pela ira dos olhos raivosos e vorazes.
Talvez não existam mais ventos.
Então, qual a serventia dos moinhos?
O vento sopra, movem pás, giram a moenda, movem o mundo, sopram a carne.
Assoviando um canto de murmúrio: assim fazem meus lábios.
Meus sonhos de vento não irão mudar o mundo.
Talvez o mundo não precise mais de moinhos.
Então, qual a serventia dos sonhos?
Talvez não haja mais moinhos.
O vento abandonou o moinho aos sonhos de girar, moer, soprar.
Moinhos de vento são gigantes caídos.
Assoviando um canto de desgraça: assim fazem teus ventos.
O vento cessa, param as pás, enferrujam a moenda, Morre o mundo.
Morder e regurgitar a tua carne: assim falou o gigante caído com o sopro.

9 comentários:

Anônimo disse...

você triste escreve melhor, mais um ótimo poema. se supera em cada.
noto um lado mais reflexivo nos últimos poemas

Anônimo disse...

quando recebi o email de uma nova postagem,não acreditei que seria um poema tão lindo.

Anônimo disse...

o que é um moinho sem o vento?

Anônimo disse...

que poema lindo, o mundo sempre vai precisar de sonhadores.

Rafael Rodrigo disse...

É verdade. mas temos que sonhar menos, e agir mais. a realidade é cruel.

Rafael Rodrigo disse...

desculpem a demora em responder. obrigado pelos elogios.

Anônimo disse...

Assoviando um canto de desgraça: assim fazem teus ventos: frase do mal.

Anônimo disse...

de onde vem tanta criatividade? moinhos...

Anônimo disse...

belo poema