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sábado, 29 de março de 2008

O amor de um ateu foi pro inferno

Eu apenas um fruto negro de pecados,
Zombando em voz baixa o amor que me devasta a alma,
No sangue coagulado, a dor subterrânea de um aborto de felicidades.
Eu escolhido desde a pré-genitura pelo anjo maldito da desgraça,
Que teima em afofa-me o leito, sempre em vigília, pra não me vir uma dita que seja.
Não me aliança nenhum milagre em algum momento de pestanejada.
Espirituoso, ele fala: melhor o leito quente, que entregar teu coração a ser enterrado a meio palmo de uma vala rasa, onde os vermes corroeriam tua carniça.
Lisonjeado, respondo que prefiro isso ao amor que achei que um dia tive.
Desabafo nos versos aquilo do que meu coração esta cheio,
Se lembranças é o meu laurel, o teu meu amor: será o esquecimento na pestilência.
Pelo beijo mal doado, tua mentira ao sorrir, que o diabo lhe pague, lhe carregue nos braços de campa, te oscule a face com a mesma intensidade com a qual beijasse a boca minha.
Hoje eu só acredito em amor se as almas vibrarem na mesma freqüência de embuste.
Num afago soturno a friagem da alma me emoldurou pra sempre a vida,
Cosi-me de descrença a linha torta dos desejos, borda-me sonhos de medos medonhos
Que espero um dia a que a traça da morte carcoma fio por fio,
Todos estes sentimentos amargos que acabam a vida, que me sentenciam ao azedume,
Que me lembrem amores amaldiçoados. Alias, todas as vezes que preconizei o amar.
Minha porção de penar foi maior, foi algoz, foi mordaz.
O presentemente não me é feérico,
Não há um vivente sequer que caiba em meu amor.
Lanço ao inferno os que me tentam, mesmo que em mim esbraseie em nostalgia.
Não desejo um amor de migalha, um esmolo de caridade por minhas feitorias.
A cada um é dado à parte diária de melancolias, a minha por vezes sobeja.
Vaza pelas beiradas dos meus olhos num choro profano de um ateu que buscava crença em uma mentira.
O anjo cochilou, deixou fugir um misero e nefasto amor de folguedo,
Desgraçou meu peito feito a praga e se foi tão depressa que ainda o sinto.
Mas foi o ultimo que teimei em crer, que deixei me iludir, o ultimo.
De joelhos peço ao anjo que te encarcere nas profundezas, amor de deploras.
Não quero mais um doce milagre desses que a mim minta.
Amor busque seu inferno tranqüilo e morra no esquecimento. Mesmo que eu chore

2 comentários:

Anônimo disse...

Espirituoso, ele fala: melhor o leito quente, que entregar teu coração a ser enterrado a meio palmo de uma vala rasa, onde os vermes corroeriam tua carniça.
Lisonjeado, respondo que prefiro isso ao amor que achei que um dia tive.
P....Meretriz que Deus a luz!!Isso sim é lindo pow!!O ateu acreditaria no amor?Acreditaria ter alma por sentir?Dar-me uma dose de vodka!Ou melhor se queres que eu te fale do amor do ateu traz uma garrafa de carreteiro!!

Anônimo disse...

Ôpa,Deus não tem nada a ver com isso,era meretriz que deu a luz,a famosa PQP,bjus!Sabe né lesa..