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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Coletivo

Apertado, conglomerado de viventes que se amoldam aos espaços deste retângulo metálico.
Que se assemelha de tão cáustico ao inferno.
Os corpos se talham, transpiram o calor da freqüentação física, da devassidão da alma.
Suando com toda contigüidade massiva dos ligamentos que se expandem e se contraem, no entrelaçar dos movimentos corpóreos que me desfalecem em fascínios.
Alguns seres suam o fedor acrimonioso do mormaço do tempo.
Uma fedentina que combusta as narinas, e embrulha as tripas.
Nas confusões de gêneros: não anistio os que são díspares dos feios.
A fêmea pega no ferro e mordisca os lábios, pede pra passar... Bate, arrasta seus peitos em meu dorso, amolga minha tez entre o abrasivo e sua carniça tísica e esplendorosa.
Todos se esfregam devido à eficácia da inércia que nos enrijece.
Que seja eterno enquanto duro. Duro... Duro é o amofino, os semblantes e o falo.
Timidamente me vergo para que ninguém perceba o volume pretensioso da minha maldade.
Toda minha dor vertebral foi provocada pelo inchaço da tua pelve.
Minha alucinação concupiscência tudo.
Peles desnudas, magrezas epiteliais a mostra. Uma perturbação de idéias me vem angustiar os sentidos. E estes, exclamam minha turgescência visual. E logo depois transformá-lo-ei em atos solitários de uma compensação manual.
Moça! Deixa-me lamber tua boca, ventre e vulva?
Quero por a língua dentro da tua embocadura.
Meus olhos se acham nos decotes, na circunferência das tuas ancas de cachorra de esquina.
Minha parada, o coletivo descarrega os mortais feitos dejetos na latrina.
Vão minhas vontades em suas carcaças, num conúbio de prazer e o sal do meu suor vertido em litros de fluidos orgânicos que perdi.
E só de encostar todos os meus membros em vocês (braços, pernas e...) nos moldes dos seus aconchegos, chego ao meu destino desfalecido fisicamente, mas emocionalmente revigorado.
Vou me arrastando por entre o corredor de corpos e luxúria, me friccionando pra ver se entro em vossas cavidades até chegar às vísceras. Sentindo olor de hormônios alucinógenos, proveniente dos entes que se abluíram impecavelmente antes de embarcarem nessa caixa de instantes perenes.
De tão edificado que esta o fálico, quase jaculo a abstração dos prazeres mortais de maneira precoce. Sigo entesado e deflagrando, dentro das vestimentas minhas ergue-se o adormecido patrimônio, outrora tombado ao bombordo. Tal elevo, me induz à imagens dos demais seres deste adstrito grupal.
E eu vos prometo não perdoar uma lembrança. Logo mais, cuspirei na mão esfregando as acepções da alma, gozando em vossas caras e agarrando vossas cinturas, acochando suas nádegas estremecendo minhas veias e rugas em preito a vós.
Com vossa licença, tenho que pegar outro sarro metalino, envernizando minha astucia por entre suas pernas. Saiam da frente, vou passar amassar e palpar. Até gozar em versos.
Lá vem o coletivo, e está apertado. Oba!

Um comentário:

Anônimo disse...

que poema safado menino, mas gostei. Esse seu lado safado é legal