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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Estes versos de raiva

Nestes versos vim cantar minha vida,
Meu retrato sem cor, minha voz sem paz.
Alimento-me da desordem,
Do caos cósmico e coletivo dos seres errantes.
Nas minhas veias correm sangue caótico.
Sangue misturado a partículas de chumbo
Partículas colhidas da atmosfera.
E eu as respiro densas,
Até os pulmões incharem do metal pesado.
Coloquei sal na cavidade que outrora era o coração.
Eu grito mais alto.
Nestes versos vomito a raiva cega,
Escarrada pelas linhas do papel ou em teu rosto que seja.
Quero que todos vejam os eruptus de sangue...
...jorrados por minha esferográfica.
Tumores de ódio, palavras que não manifestam paz.
Exclamei um último agouro moribundo:
A boca bradou teu nome.
Não sei se por amor, tédio ou prazer... Nada.
Nada é só uma palavra que minha ira traduz,
Mistifico tudo em versos. E estes versos não passam de nada.
Já diz Bandeira: “escrevo versos como quem morre”.

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