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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O que vejo!

Poética alguma me expede da abstração sôfrega, disso que contratei que fosse viver.
O crepúsculo expandiu sua mantilha de fatuidade, me enredando em aleivosias que desesperadamente absorvi.
Dilatei a existência por entre palavras sujas e folhas truanescas de amor, pensando em aliciar o infinito, pra ver se capitalizava uma fidúcia que seja.
Subtraído em ser. Tornei-me este assombro de melancolias, lacrimejando pelo estrado as dores e desapontamentos que me tragaram ferozmente.
Estas consternações espreitavam-me desde a minha gênese, acariciavam a fronte, me engodando, e agora me fustigam com azougues insuportáveis.
Insaciado pelo infindo, anseio plenitudes impossíveis.
Sinto que a tristeza cotidianamente indica com um sorriso amarelejado e elastômero na face, os melhores candidatos dentre nós para jazerem em seu mando de placidez nuviosa.
Então me escolha! Da tua faceta hei de estouvado sorrir, do meu pálido sujeito um choro não cairá.
Esgotamento nos olhos, a catingueira vaticinou nas minhas linhas e expressões o traumatismo de uma biografia improlífica e fastidiosa.
Sombras demoníacas saem dos entulhos da minha alma, esquadrinho em vão cada destroço, quero encontrar um amor que mereça o meu.
Cá dentro d’alma uma magoa que o verso não que escrever, um travo que me molesta, bolinando a vivência até sangrar. Desesperadamente o verso rumina, quer sair, esbarra nos léxicos, é abafado por impropérios gramaticais que o matam. (vejo que não há verbetes que abreviem a dor).
Quero que amortizem o meu materialismo orgânico, mesmo que seja um esmolo de amor ínfimo e qualquer, e me guache em tons de furta coloração.
Por que eu sigo desabitado de sentimentos e baldado de clareado.
Vejo também, que não há demônios ou deus que me guarde. Vou uivar pra lua o meu ladrido, bebendo toda cachaça dedicada aos santos, de lama, cavo ou este que vos embala.
Nesta heresia verto minha narrativa, transcorrendo minha falação em letras que de tão secas conflagram meus deslumbramentos.
Morrendo do depauperamento da fibra ou do envelhecimento da textura, e não hei de levar uma nostalgia, nem detritos de fé.
Simplesmente deixo a escuridão me abraçar, me resignando de tudo pra gargalhar a cizânia dos meus dias.

8 comentários:

Anônimo disse...

você estava bem triste nesse poema, sei que não gosta de explicar seus poemas, mas porque tanta tristeza em?

ass:eu, fã dos seus versos

Rafael Rodrigo disse...

nota do autor:Solidão é um tema recorrente em meus escritos. Sou um ser solitário e agustiado, entediado com o viver. Um dia torno a falar de amor, por um bom tempo não escreverei mais. cansei...

Anônimo disse...

então você não vai mais escrever.
nossa, tudo isso é tristeza é?
não é possivel que ninguém te ame.

ass: eu, fã dos seus versos

Rafael Rodrigo disse...

não, ninguém me ama. Ao menos que eu saiba, ou exista. Meu descontentamento segue o tédio só isso.

Anônimo disse...

Prefiro quando falas de amor. São lindos os seus poemas de amor.

ass: eu, fã dos seus versos

Rafael Rodrigo disse...

Nota do autor 2.
Não escreverei por um longo tempo,cansei, ninguém ler esses lixos de palavras. Guardarei minha melâncolia pra mim.

Anônimo disse...

Eu te amo!Tu num sabe?Fiquei trste pow!Lesa

Rafael Rodrigo disse...

pode crer tbm fiquei triste, mas são sentimentos antigos ... passou