capa

capa

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Indigesto

Indigente, urgente, quase nunca contente.
Não sei o que é coerente, não gosto muito de gente.
Não me prenda com correntes, me afogaria em tuas torrentes.
Eu, que me posto exato entre teus lábios,
Da veia da tua fronte, até o infinito. 
Dá com tua mão em meu corpo seco, que quero um copo e meio das belezas tuas.
Eu instituo o perene, o vinco mesmo que áspero.
Debaixo do teu umbigo aspiro um lasco de sabor.
Finco aqui a nação minha: No sovaco excelso, nas dobras de tua carne.
Pois quero beijar as rugas do cotovelo, pra depois sentir as dobras da cara.
Pois se o dedo é torto, o joelho é roto, e o meu amor é mais que um gesto sem gosto.
É o beijo que carniça teu pescoço. Quero chupara carne do teu osso.
Mas eu continuo, não quero meu coração dormente.
Cuidado com minha mente, de vez em quando ela mente.
Deixa-me pentear teu umbigo com meu dente.
Olha na minha face e sente:
Um urgente indigente que indigesto ao mundo só liga pro que interessa a gente.


Nenhum comentário: