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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Quereres

Quero chacinar tudo que é belo. Quero esquartejar o divino,
Derramando o sangue áspero e quente por entre meus dedos.
Quero abrir os grandes tubos de petróleo e poluir todos os mares e oceanos.
Quero que sintam a dor de ter o coração arrancado, comido e regurgitado.
Quero o sal no peito talhado, a face feia do torpor. O grito de pânico é o meu desejo.
Quero que o casto se espante com o fálico esfregado na cara.
Quero a morte do amor, a morte do amor que tu falas e não sinto.
O carnífice me sentenciou a querer o fugaz e o atroz.
Agora reflito ao mundo o gosto acre e abrasivo do ódio.
Pagarei a todos com meu desdém, e com o dedão em riste apontado aos céus.
O que quer que seja belo em mim: eu quero matar.
Quero matar o sentimento que jurei ser verdadeiro.
Quero matar tuas mentiras, mesmo que me sangue o peito.
E matarei o meio, mesmo que você seja o tudo.
Os meus quereres irão refletir o nosso nada.

14 comentários:

Anônimo disse...

poema sobre termino. assimilei bem toda a tristeza. reflete minha atual fase. triste mas gostei.

Rafael Rodrigo disse...

é um poema triste mesmo. o único poema que gostaria de nunca ter escrito.

Anônimo disse...

como assim, não gostar de ter feito? pensei que poetas gostassem de escrever.

Rafael Rodrigo disse...

você tem razão, todo poeta gosta de escrever. mas esse poema em particular, me traz alguns pensamentos muitos tristes. e um peso grande na alma.

Anônimo disse...

compreendo

Rafael Rodrigo disse...

mas vamos falar dos poemas.

Anônimo disse...

Os meus quereres irão refletir o nosso nada. essa frase pra mim é a melhor. mesmo quando se quer muito algo acaba refletindo o nada, o vazio.

Rafael Rodrigo disse...

nem tudo que se quer podemos ter, né verdade. queria dizer que mesmo que queira muito alguma coisa, irei refletir o nada, pois não tenho nada. porém só queremos o que não possuímos, claro.

Anônimo disse...

é verdade Rafa. percebo certa revolta nesse poema, misturado com muito amor.

Rafael Rodrigo disse...

tem muita revolta sim. certo desespero e vontade de desapegar.

Anônimo disse...

você disse tudo: vontade de desapegar.

Rafael Rodrigo disse...

uma pena ficar só na vontade. queria formatar, desfragmentar o coração.

Anônimo disse...

brilho eterno de uma mente sem lembrança.

Rafael Rodrigo disse...

como eu queria uma maquina dessa em. boa referência.