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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Todas as palavras de amor

Todas as palavras de amor estão mortas.
Não existe amor. Apenas palavras de amor.
Apenas provas, gestos, atos, ações.
Explique esta teoria para as minhas palavras.
Elas te amam. E teus olhos negros desmentem tudo.
Este poema não pretende ser a antítese perdida,
Nem a derradeira palpitação ou agonia de sentimento algum.
Já dizia o poeta: falaz de amor? Eu ouço tudo e me calo.
Mas ele não te conhecia. Olhos negros, olhos negros.
O poeta era apenas bom com as palavras.
Todas as palavras de amor estão mortas. Murmuram os infelizes.
Todas as palavras mortas. Menos estas, que escaparam com o impacto de nossas bocas.
Mas se as palavras morreram, Vivem os sentimentos.
E estes só aceitam uma condição: a de ter você só para mim.
Então, cole seus segredos em minha pele.
Careço das palavras. As de amor, inclusive. Eu ouço tudo e me calo.
Talvez as provas, gestos, atos e ações morram um dia.
E as memórias hão de habitar nosso céu.
Mas hoje, no nosso instante perene de eternidade:
Eu queria ressuscitar umas palavras.
Palavras travadas cá dentro das entranhas,
Relutam, saem goela a fora raspando a língua. Estouram nos dentes como ogivas.
Então eu grito, com todo o ar dos pulmões:
Todas as palavras de amor estão mortas. E eu te amo. Sem mais palavras.

22 comentários:

Anônimo disse...

bem vindo de volta. vejo que a madrugada foi longa em.
poemas de amor, cadê a pornografia?

Rafael Rodrigo disse...

publiquei alguns poemas antigos que tinha guardado. a pornografia vai voltar um dia, calma.

Anônimo disse...

agora sobre o poema. gostei é bem romântico. Acompanhei sua publicação no face, acho uma pena desperdiçar tanto amor.

Anônimo disse...

outra coisa, por que mudou a cor do blog?

Rafael Rodrigo disse...

obrigado. bom, também acho uma pena tanto desperdício. mas as coisas são como devem ser.

Rafael Rodrigo disse...

quanto a cor do blog ter mudada, é não gostava mais da cor de vômito. antes (a cor verde) tinha uma ideia de sinestesia, agora eu quero ser mais direto, mais na cara, sem vergonha, sem pudor, sem carinhos, sem conversas. quero violentar, e a cor preta reflete bem essa nova fase.

Anônimo disse...

então podemos esperar uma mudança de estilo?

Anônimo disse...

é triste, mas não dá para mudar o mundo

Rafael Rodrigo disse...

não sei se mudança de estilo, mas mudança na vida, não sei se para melhor, isso só o tempo sabe.

Rafael Rodrigo disse...

não quero mudar o mundo. queria mudar sentimentos. mas fomos abençoados ou não, pelo livre arbítrio.

Anônimo disse...

bonitas e sabias palavras, caro amigo

Anônimo disse...

as pessoas sempre irão nos frustar, isso faz parte do aprendizado, da vida. você sabe disso.

mas o poema ficou lindo, não sei como uma pessoa pode ler um poema desse e não ficar emocionada, não amar, deve ser por que.nunca amou.

Rafael Rodrigo disse...

concordo. apenas salientando que nem todo mundo é obrigado a gostar de poesia, tem gente que nem gosta de ler.

Anônimo disse...

começo a acreditar que todas as palavras de amor estão mortas.

Anônimo disse...

o amor é uma mentira que a nossa vaidade quer (cazuza).

Rafael Rodrigo disse...

Pra ver palavras de amor nunca existiram, apenas foram convenientes, serviram a um proposito.

Rafael Rodrigo disse...

citar cazuza aí tu apelou em.Mas essa música de cazuza é legal.

Anônimo disse...

o amor da humanidade é uma mentira. li isso em algum lugar.

Anônimo disse...

estou percebendo muita decepção em seus comentários e poemas.

Rafael Rodrigo disse...

infelizmente sou um cara que coaduna decepção e amor, esses dois sentimentos teimam em não me abandonar. Como diz augusto dos anjos: "a dor se renova quando o prazer barbaramente ataca"

Rafael Rodrigo disse...

o amor da humanidade é uma mentira. deve ter sido em algum poema de augusto dos anjos. mas já escrevi sobre isso também.

Anônimo disse...

o poema é perfeito, você deveria se orgulhar e parar de melancolia