Quero chacinar tudo que é belo.
Quero esquartejar o divino,
Derramando o sangue áspero e
quente por entre meus dedos.
Quero abrir os grandes tubos de
petróleo e poluir todos os mares e oceanos.
Quero que sintam a dor de ter o
coração arrancado, comido e regurgitado.
Quero o sal no peito talhado, a
face feia do torpor. O grito de pânico é o meu desejo.
Quero que o casto se espante com
o fálico esfregado na cara.
Quero a morte do amor, a morte do amor que tu
falas e não sinto.
O carnífice me sentenciou a
querer o fugaz e o atroz.
Agora reflito ao mundo o gosto
acre e abrasivo do ódio.
Pagarei a todos com meu desdém, e
com o dedão em riste apontado aos céus.
O que quer que seja belo em mim:
eu quero matar.
Quero matar o sentimento que
jurei ser verdadeiro.
Quero matar tuas mentiras, mesmo
que me sangue o peito.
E matarei o meio, mesmo que você
seja o tudo.
Os meus quereres irão refletir o
nosso nada.
14 comentários:
poema sobre termino. assimilei bem toda a tristeza. reflete minha atual fase. triste mas gostei.
é um poema triste mesmo. o único poema que gostaria de nunca ter escrito.
como assim, não gostar de ter feito? pensei que poetas gostassem de escrever.
você tem razão, todo poeta gosta de escrever. mas esse poema em particular, me traz alguns pensamentos muitos tristes. e um peso grande na alma.
compreendo
mas vamos falar dos poemas.
Os meus quereres irão refletir o nosso nada. essa frase pra mim é a melhor. mesmo quando se quer muito algo acaba refletindo o nada, o vazio.
nem tudo que se quer podemos ter, né verdade. queria dizer que mesmo que queira muito alguma coisa, irei refletir o nada, pois não tenho nada. porém só queremos o que não possuímos, claro.
é verdade Rafa. percebo certa revolta nesse poema, misturado com muito amor.
tem muita revolta sim. certo desespero e vontade de desapegar.
você disse tudo: vontade de desapegar.
uma pena ficar só na vontade. queria formatar, desfragmentar o coração.
brilho eterno de uma mente sem lembrança.
como eu queria uma maquina dessa em. boa referência.
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